quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Terra de dor

Terra de dor,

Onde a dureza do tempo tem tantas rugas

Como os vetustos penedos que nos rodeiam


Terra de dor

Onde os trilhos batidos

Relembram os trejeitos sinuosos da nossa vida


Terra de dor

Onde a gélida geada

Cauteriza até a ferida mais profunda


Terra de dor

Onde as raízes dos carvalhos

Lavram o solo que é tão árido como o teu olhar


Terra de dor,

Terra de temor,

Esta é a terra que me viu nascer

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Vagabundo

Guio-me, por entre a neblina

E as ruas desertas da cidade,

Calçadas empedradas, becos sem saída

Momentos perdidos na noite e na chuva


Olhares entrecruzados, receosos

De quem possam encontrar

Talvez alguém já perdido

Talvez algum mal á espreita


Veloz é o meu passo

Na espera de encontrar abrigo

Mas a intempérie não me perdoa

E os ventos arrastam-me para longe


Estou só, e não me quero encontrar

Novamente nas ruas da cidade

Batalhando contra os elementos

Mas a hoje a neblina é imensa


quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Antagonismo?

Abateram-se dois dias de chuva na cidade, já cá fazia falta uma lavagem nas ruas, já fazia bem uma lavagem no espírto! Parece que o Inverno chegou tarde, mas auspicia ser chuvoso. É engraçado como nos sentimos confortáveis em casa, quando se abate uma carga descomunal lá fora! Pelo menos no conforto da nossa cama isso parece ser um pensamento recorrente... e verdade seja dita que só nos apetece anicharmos mais nos cobertores!
Foi assim que me senti neste domingo... mas não foi só isso, foi também o ver a chuva a cair lá fora a limpar tudo; e parecendo que não, quando chove há um depurar da alma, (pelo menos para mim)
e é quase como começar tudo de novo! Como se quando parasse de chover havia um novo mundo de possiblidades lá fora! Quase...
Só temos mesmo de esperar que a chuva passe não é?