quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Entre o hoje e o amanhã

"Hoje fora mais um dia de suplício, onde se arrastou até à ultima hora da sua labuta. Os rostos exaustos dos demais desconcertavam-no. O compasso do metro nos carris embalavam-no numa dormência típica de um sonâmbulo. Chegou à sua paragem e como de habitual deparou-se com o vazio da estação, esse ponto de passagem que reflecte a efémera apatia dos seus transeuntes. Compôs a gola do casaco ao sentir as gélidas mãos do inverno e resignou-se ao chamamento de um pequeno consolo na imagem do seu lar. A noite já avançada abraçava os exilados e rejeitados do dia. Faltava agora a procissão pelas ruelas até chegar a casa. Enfermo e titubeante prosseguiu resignado; escondendo as vísceras da sua dor num sorriso mal amanhado."

Sem comentários:

Enviar um comentário