Do centro para este, neste dia de celebração e partilha, permito-me ir à descoberta de caminhos menos trilhados, povos abençoados e amizades longínquas. Permito-me a ligeireza da mente despreocupada e do repouso sazonal que só o processo de viagem nos pode proporcionar.
Os montes e planícies de um Portugal esquecido são acordados pelo trovão do comboio que ecoa e faz soltar a ferrugem dos velhos carris.
São ermos compostos por velhas oliveiras, pinhais e eucaliptos, feno e solo arenoso. Verde e dourado polvilhado pelo gris. Pequenas elevações e baixios com uma ruína ocasional, algumas terras ao descuido das mãos que prosperaram. Outras com sobreiros desnudos que resistem ao sol escaldante do verão.
Lugares tão antigos como as escaramuças seculares que por aqui se passaram, jazigo de sonhos de conquistas, de reis e barões, guerreiros e ladrões. Homens de convicção raiana. Pequenas aldeias a servir de fortes e espiãs.
Por agora sigo em direcção à fronteira onde outrora nos esperava o inimigo.
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