Mais do que o eu, o nós. Mais do que um ruído é uma voz. É o resistir aos elementos que moldam a geografia, aos intentos que nos reduzem. Inveterado resistente aos cantos de sereia e de invasão, obtuso bastião de terras de ninguém.
Humildes obreiros que ousaram sonhar um sonho seu. Único fervor imbuído na coragem dos antepassados e no futuro da incerteza, carregaram consigo o padrão da descoberta e o espírito da aventura. O sonho de dar o mundo ao mundo, o de trazer para próximo o longínquo e provar a ciência contra o dogma. O anfitrião e convidado. O grande diplomata e o pequeno guerreiro.
História de órfãos e irmãos desirmanados que desfilam nas várias eras do homem, fado revelado entre a guerra e a dor, a conquista e a derrota. Canções de quem soube sofrer vassalagem e submissão e de quem se sacrificou nas revoltas da identidade.
Não mais que o meu direito natal, pela língua que me assiste. Pela irmandade de quem foi fazer frente ao mais feroz dos seus inimigos. És mais do que o sítio que me viu nascer, será o meu leito que foi abençoado pelas arvores do eterno, será sempre o coração pelo qual me devo bater.